segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Não tenho dinheiro mas tenho braços!


Khao Lak foi dos sítios mais afectados pelo Tsunami de 2004.

Sem emprego e sem dinheiro, mas com tempo de sobra por Khao Lak, a minha intenção foi, desde sempre, oferecer-me como voluntária numa ONG local (cheguei mesmo a enviar candidatura à qual ainda hoje espero resposta). Finalmente tinha chegado a oportunidade de ajudar uma comunidade, que tanto sofrera.

Desilusão das desilusões, quando me apercebi que para se ser voluntário, p.ex. na escola que fica a 100 metros onde estamos alojados, tem de se "pagar". Ou seja, para seres professor voluntário, tens de fazer uma doação e só depois é que podes ensinar. Não é que não perceba que as doações sejam parte determinante para o sucesso de uma ONG, principalmente tratando-se de uma escola, onde são necessários materiais escolares para os alunos. Agora, o que não entendo é este "caminho único": se queres ser voluntário, paga. Porque não posso pagar com o meu trabalho?
Ora eu, desempregada e entretida com ginásticas financeiras, não me passa pela cabeça ir pagar para trabalhar de borla. Trabalharia de borla com todo o prazer, a ajudar o Outro. Agora, pagar para o poder fazer...? E com que dinheiro?
É triste... Querer e poder fazer algo por uma comunidade que tanto sofreu, e não poder. Por não se ter dinheiro :/ É triste... Verificar que a palavra voluntariado já teve, em tempos, outros significados...

Ao que parece vou ter de me conformar com as minhas idas diárias à praia, apanhar banhos de sol e de mar.
É que nem como voluntária me querem a trabalhar! Bolas... Há qualquer coisa que o universo me quer dizer e que eu ainda não percebi :)

1 comentário:

  1. É a lei da oferta e da procura.
    Neste momento está tão na moda ser voluntario que agora é preciso pagar...

    É ridiculo... já parece os pacotes turisticos da região do Douro, onde os turistas pagam para irem apanhar as uvas... very typical :)

    Ass. Mikatu

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